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A mostrar mensagens de outubro, 2008

Passando a moldura

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Tem medo do futuro e do que lhe possa trazer, e contudo chora sobre o passado e tudo o que lhe pertence. A vida é uma viagem apanhada na incerteza. Ele continuava embalado em vácuo, permitindo aos outros que o controlassem. Controlado pelas acções dos outros estava destinado a ser como eles. Seguisse os seus desejos e ficaria sozinho. O que ele não sabia: que deveria considerar a solidão como a sua derradeira oportunidade para se ouvir, para procurar as respostas ao que lhe infectava a mente.

Zero? Um adeus.

As palavras eram para ti, para nós, para o nosso planeta. Zero seguidores... Antimatter: um nado morto. Damien muda de hemisfério.

Esta noite, estou aqui

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Estou aqui esta noite com o comando dos sonhos. Não ficarei por muito tempo. Olho para ti – nada vejo. Observo o modo como os olhos compreendem levemente cada momento e cada movimento. Deixas-te ir? Ou nunca estiveste em tal posição? Nunca ter conhecido a verdadeira identidade, é isto tão estranho que esta vida nada tenha que te interesse conhecer? Ponderas a questão, esperas que eu te devolva o controlo. As dúvidas tornam-se realidade, onde o medo tomou o papel principal. Ao último segundo deixo de respirar, a possibilidade da rejeição tão próxima. Estas emoções que escondo e espero encontradas um dia por ti.

Contra-campo

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A possibilidade de mudança tão distante, a raiva tão perto, a lutar para ser liberto. As vozes tão altas, deixam-me os sentidos a esgravatar por um silêncio solitário; ainda mais só do que as vozes altas. Gritos de ódio dentro de um enorme círculo, aprisionado por arame farpado. A liberdade é quase impossível. Está por detrás da cela, da vedação electrificada e das vozes. Uma liberdade deserta, um campo que se move, ainda mais longe, provocando-me a coragem, tirando-me o medo que se aloja aqui. Não vejo porque o tenho que remover, apenas para o substituir por outro diferente. E no entanto, o campo é tão tentador. Seria louco que ficasse aqui. Preciso de calma, preciso desses olhos que penetram este muro de impossibilidades. Tudo aquilo que eu não sou, tudo aquilo que nunca vi, empurro-me firmemente contra a restrição farpada; o sangue flui destas feridas abertas, morrer para ser libertado. A dor não é nada, penso para mim mesmo, enquanto vejo o meu sangue espalhar-se no chão. O campo –

Meia década

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O olhar dela sempre lhe pesou, as questões que lhe colocava não tinham repostas sem dor e no entanto a sua dor nunca lhe retirou o brilho. Meia década menor, mas não mais novo. Sempre mais do que uma testemunha, nunca menos do que um melhor amigo. As coisas por que passaram juntos emergiram da mesma profundidade. Um abismo de palavras penetrantes com o mesmo grau tortuoso. Imagina... Se não tivesse partilhado a mesma Nemesis, teria a sua maturidade? Se tivesse crescido noutra presença, teria o seu orgulho o mesmo valor? Meia década menor, mas uma década mais sábio.

Silêncio

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São os anos de dor anos de desperdício? São os anos de prazer anos aproveitados? Devo morrer, terei deixado alguma marca? Algum legado de silêncio, algum de preocupação? Deve ser cavada uma sepultura, terei um alojamento solitário? Um de paz ausente, um de revolta? Alguma vez saberei da minha morte? Uma de ódio, uma de amor? Devo fechar os olhos, alguma vez verei a verdade? Uma de mentiras, uma de desilusão? Devo então amar-te? Devo tentar, devo falhar? Devo preencher aquele desejo vazio? Devo dar-te esta pele marcada? Devo amar-te, os anos de dor não serão desperdiçados. Devo amar-te, os anos de prazer não derreterão em prazeres conseguidos. Devo amar-te.