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Limpeza

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© Fernando Morgado Tenho falado, sobre as minhas caixas, as minhas memórias, as minhas pessoas. Sobre cada um, são diferentes, sendo nenhum o mesmo. Ao limpar, começo a abrir caixas, espreitando as que já não vejo há algum tempo, reclassifico. Não deito nenhuma fora, só as volto a embalar. Coloco novos rótulos, mudo-as de sítio. Continuam por perto. Mudo as minhas prioridades, ajusto a minha vida, quero-a melhor.

Verdade

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Foto: Fernando Morgado O que guardo de ti não é da ordem da verdade mas sim da física: os teus joelhos, sabor de vinho na língua, perfume nos braços, olhar e voz que me abrasam; não se apagarão. Isso é só meu.

Do meu universo

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É apenas uma sala com prateleiras e livros, mas é bem mais do que na realidade parece. É uma viagem à velocidade do pensamento para terras que já não existem. É uma chave para questões que se atropelam na mente. Aqui, fui Damien e K, e aprendi a ser mais eu. É apenas uma sala com prateleiras e livros, mas é muito mais do que isso.

Na eventualidade de uma perda súbita

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Lisboa, 2015 (Fernando M.) Os comboios, como se parecem com a vida! Faltavam duas horas. Duas horas mais tarde, à chegada, saberíamos a sorte que nos esperava a todos. Duas horas.

Quatro

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Maria (Fernando M., 2015) O amor transformou-me, contigo despertaram sentimentos e apareceram-me outros completamente novos. Agora a música arranha-me no fundo do peito e por vezes humedece-me os olhos. Mais feliz que nunca. A minha vida antiga parece-me agora a existência sonolenta de uma amarrada a uma estaca, ruminando a comida ou dormindo, sem noção alguma de algo para além disso.

Aos falecidos aqui e agoras.

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Fernando M., 2015 O tempo deixa o momento para trás, ansioso por temperar e amadurecer, por beijar. Fora da luz, nas extremidades dos aqui e agoras mortos, cego e suave, guardo apontamentos com milhares de dias. Rio-me com o momento, e deixo-o seguir.

A aventura de ser

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Fernando M., 2015 A liberdade é um movimento em ascensão até às mais altas hierarquias. Tomar o tempo dentro de si, dentro da nossa dimensão limitada, e abri-lo como um olhar que alcança tudo: o passado, o presente e o futuro. A liberdade explica o tempo, e devolve-o ao seu destino real: a eternidade. A liberdade identifica-se com a aventura de ser.