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A mostrar mensagens de maio, 2011

A fonte

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The Fountain, Darren Aronovsky Tens um sorriso de rara luminosidade, a beleza é um palácio a que chamas casa. Somos pobres em riqueza terrena, ricos em sentir; e quem assim se sente é rico em tudo. O centro do Oceano – espesso. O centro do Céu, com enxames de palavras – o espólio do velho mundo e a obscuridade dos diamantes, a dimensão de noites estelares. Rico é quem dá santuário a esta imortal forma de sentir.

Esses teus olhos

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Esses teus olhos possuem uma alquimia radiante e penetram o meu ser como luz viva; disparam sobre um milhão de veias. Corre a vida, um rio em caminhos rochosos. Entranhamo-nos: a traquilidade e o magnifico do sentir encerram-se em nós, perfeitamente.

A espera IV

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Pulso a pulso, a tua vida na minha, como ondas apressadas em direcção à costa e quebradas em milhões de gotas luminosas. Trazes o sol a cada amanhecer, renovas todos os dias. Bebo inspiração nos teus olhos e acende-se o cérebro: os teus doces olhos de suavidade estelar, através dos quais a imortalidade espreita.

A espera III

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Esperou por ela, para acordar ao seu toque. Até que chegou, envolta em luz e calor como um dia de Verão, vestida de beleza perfumada. A sua vida estava esteril, um cenário desolado de terra cansada que escurecia ao passar das horas: um clima sombrio, por ela quebrado A sua presença fê-lo voar sobre um mundo novo, sobre milhares de sepulturas de esperanças enterradas.

A espera II

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A sua vida estava escura e fria como orvalho nocturno, à espera de algo que o acendesse. Esta era a sua música, de quem procura em vão encontrar alguém semelhante. Estava preso na montanha rochosa, dormente, aguardando um toque.

Inundação

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Anseio pela brilhante evidência. Ela parece estar onde o céu se inclina e chega tão perto: ela enche-me de admiração e inunda a minha vida de esplendor, como a Lua preenche a noite. Tenho em mim palavras adocicadas e instintos como pequenas combustões; transbordo em horas de marés vivas.

Ali mesmo

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Ali, de olhos voltados para o que sente, ela lê sobre segredos escritos no ar, enquanto a noite descobre o céu latejante às suas trémulas profundezas e medita em silêncio sobre o seu património. Explode a nossa parcela de primavera! Marcamos a vida, aprofundamos – assistimos à vida desde o amanhecer, estendemo-nos – e apanhamos as palavras prateadas que vêm quebrar o silêncio pendurado em nosso redor. Ela silaba algumas palavras do seu próprio livro, a minha natureza chove.

Amanhecer

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Chegam as estrelas através da escuridão, como gotas de orvalho; ou lágrimas pendentes no rosto nocturno. Sente-se um vento solene, dobram-se pétalas como mãos que chamam, ergue-se a noite. Esta noite com o mundo; mas, em mim a luz é de amanhecer. Os nossos céus, uma alvorada sem fim.

Delícia II

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Meteo Iwa, Japão Uma noite de Verão abate-se sobre a Terra, como o sentimento no homem, com o prazer que não faz tenção de guardar lágrimas para outra qualquer ocasião. Ela flutua em aroma descendo em direcção á escuridão, sorrindo, cruza um beijo com a sua própria vida – enquanto o resto do mundo segue cansado – e encerra-nos com todas as nossas delícias.

A passagem

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Não existem passagens através da infinidade. Mas conseguirei chegar a ti, vou construir um caminho com cada pedaço do que sinto. Através da curva celeste, trepou paredes de jóias incrustadas e rasgou a alvenaria. Lutou para construir uma ponte enorme sobre o abismo. Roubou os materiais de que o poente é feito e trabalhou-os com as suas próprias mãos durante anos sobre o vazio.

Ela morreu II

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A melodia circular chega-lhe suavemente ao ouvido, e notas adocicadas, harmonias. Ela esticou o olhar para ver o seu rosto. A sua voz chegou, finalmente, atravessando o vazio, sem peso. As paredes em tons brilhantes fizeram o som ecoar; as estrelas distantes brilhavam sobre os seus pés. “Porque não nos concedem a travessia deste espaço?"

Ela morreu I

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Ela morreu. E então a morte chegou à mulher. Dizem agora que ela habita um lugar no céu. Mas o céu é longe demais, vasto demais, um espaço e um tempo alongado para lá do nosso alcance onde coexiste o vazio, a profundidade, o insondável infinito.

Caminho

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A escuridão chega à terra e o dia dá lugar à noite, torna-se visível o brilho da Via Lactea. Chamam-lhe apenas o caminho. Ela era uma mulher maravilhosa, ele um amante corajoso. Sentiram a dor atroz e sofreram pela separação imposta por quilometros de terra e mar.

A espera

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E estavas tu à minha espera todos estes anos! Um pensamento maravilhoso. Se eu o soubesse, algumas lágrimas teriam sido desnecessárias, todas as minhas dúvidas e receios teriam sido alegria, tristeza, prazer. Como alguém que espera na escuridão até ouvir uma voz que o leva de volta à luminosidade, sentei-me sobre a dor. E aprendi a confiar, a fazer coisas às escuras; e quão brilhante o teu rosto no meu primeiro amanhecer contigo.

Variações sobre o sentir II

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Ele amava-a; e tu disseste-lhe que ela não. “Bem, se eu a amava? E se ela se esqueceu, bem, eu não a esqueci até mesmo agora: o tempo e as lágrimas gastas podem ensinar-me a esquecer. Então ela está com alguém. Ela era o meu chão e o meu céu. Até pode ser: só sei o que ela era para mim.” Amigo, ter amado, ter sido assim feliz, quem melhor destino nos pode a vida reservar? A cada homem devia ser suficiente amar.

Não como qualquer fruta

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Eu sei que os teus Iábios não são comprados como qualquer fruta; sei o que sentes e da sua raiz. Tudo isto eu sei e, sabendo, chego deliciado aos meus dias contigo; enriquecido pelo que sinto e para além da capacidade comum, aproveito todos os nossos pedaços, livremente, em tudo.

Procurador

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Todos os meus olhares te espreitam, incansáveis de te descobrir. Entristeço-me ao não te ver; diz-me o que prenuncia esse sorriso? Que coisa está escondida entre a porta meio aberta? Diz-me quem é, agora ao virar da esquina. Procuro diariamente os teus olhos desconcertantes e, ansioso por encontrar o que procuro, estremeço ao dizer o teu nome.