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A mostrar mensagens de fevereiro, 2013

A distância entre pontos de fuga

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Os teus olhos verão a luz de céus distantes: irás suportar o peso da imagem viva - a tua terra nativa- tal como a pintas em gloriosa falsidade; cursos de água solitários, rochas solenes, aves de rapina em círculos perfeitos. A traça humana em todo o lugar, caminhos, casas, túmulos, ruinas, do vale mais profundo até onde a vida se encolhe ao respirar rarefeito. Olhas tudo isto, até que as lágrimas te turvem a visão, e tentas manter o antes. A falsidade do brilho, da imagem tratada e composta, continua a desaparecer.

O que resta

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Jorge Marques, in "O que resta" "Confesso que cada vez mais tenho dificuldade em compreender o que se valoriza na arte por cá." [Jorge Marques] Também eu, Jorge. Também eu. Como é que não se dá o devido valor a trabalhos como este? É triste este povo que se alimenta de novelas e mega-picnics. Enfim, têm o que querem e mais do que merecem. O que revolta é a cultura nivelar-se por aqui, rasteiramente. O que revolta é esta ditadura das maiorias, das audiências, do popular e popularucho. A cultura é um santo popular, acompanha-se com sardinha moída e vinho de pacote.

Barbara, Christian Petzold | 2012

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As ruas estão manchadas com o sangue da nossa própria negação; policiamos a nossa mentalidade. Somos mestres da nossa escravidão, abusamos de nós mesmo impiedosamente.  As ruas são prisões que fazemos, dizendo ser por amor a filhos por nascer. Somos polícias com mentalidade de escravos. Sai. Há um mundo melhor noutro lugar, longe destas ruas machadas com o sangue da nossa negação.