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A mostrar mensagens de novembro, 2011

Segue, a profunda

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Sigo as profundidades, a corrida aquosa; invade-me a densidade da primeira sombra. Vagueio por onde o brilho ondula, mergulho no teu peito quente à procura das aves selvagens que infestam margens arborizadas. A tua face, tempestuosa, tranquila, à sombra, ao brilhar, ao meu sentir, aos meus passos na tua direcção.

Rio

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 Alex Prager Cada rio, cada fluxo de transparência, entre o brilho de vistas florestais; atira a espuma onde a rocha impede o seu acelerar, desliza suavemente onde a corrente anoitece e se aprofunda. Chega o mar. Os abismos insondáveis escondem a areia que pavimenta a maré.

Carta ao meu avô

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Escrevo para ti desta vez para dizer-te as coisas que a boca de uma criança não consegue dizer. Escrevo-te para libertar o que sinto, escrevo-te enquanto a dor te invade e uma outra faz tremer o chão que piso ameaçando engolir-me. Escrevo-te para que possas imaginar este neto perante ti, pensar como cresceu mais rápido que o tempo e nas vezes que estiveste presente a vê-lo crescer. Escrevo-te em esperança de outros tantos abraços, de voltar a sentir os teus braços dobrar-se perfeitamente sobre mim, de estarmos juntos noutro local (onde devíamos estar e não aqui). Escrevo-te na possibilidade de me escreveres também e iniciar assim uma correspondência de duração indeterminada. Escrevo-te desta minha parte que te adora, deste meu todo.

Uma floresta

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Extende-se a floresta, curvam-se com elegância ramos carregados de folhas; as velhas árvores, como grandes tendas, espalham copas verdejantes sobre as nossa cabeças, entrelaçam-se e projectam sombras impermeáveis.

Vulcão

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Que discussão pode ele ter que escureça todo o céu? Que deixe o seu corpo quente tremer e surpreender o mundo? Ela é violenta, sim, compreendo. Um embate, uma luta entre forças criadoras que nos moldam e que dão o inestimável contributo da própria vida. Deixa-a encher o céu oceano com giz em tons de cinza, tudo isso para mim é arte exposta em dias escurecidos.

Compassos

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A tua corrida tumultuosa em direcção ao mar agora suspensa, as tuas águas profundas ganharam esta tranquilidade. Descansa em mim e aquece o teu corpo. A tua plácida superfície brilha onde cai a última gota de chuva – e sorris para mim.