inútil fuga



Durante os últimos cinco anos a minha vida não tem seguido um rumo fixo. Indo de nada a nada, sem dono nem destino, sem refugio nem bússola. À deriva. Empenhado na inútil fuga de mim mesmo, em busca de um lugar onde cair vivo. Bebendo cubalibres e fumando charros e enchendo copos e beijando lábios e lendo livros e escrevendo textos, em geral bastante maus, há que reconhecê-lo. Digamos que queria ser Burroughs. Experimentei quase todas as drogas disponíveis.

Uma vida em perpetuo movimento, a travessia contínua da cidade, saídas a horas intempestivas, encontros em lugares inesperados, perseguições, enganos, traições, vinganças, caras novas, gente nova, camelos, caramelos, charros, idas e voltas, nenhum lugar seguro, nenhum dia igual ao outro.

Comentários

Anónimo disse…
...um caminho e uma estrada: uma estrada rectilínea e branca, a luz do sol, ligando dois pontos definidos; e um caminho, ensombrado de árvores, ao luar, que parece findar em cada curva e indefinidamente se prolonga. Prefiro o caminho à estrada.

T.Pascoaes

Contigo.
Unknown disse…
Desci a estrada do inconformismo
Por não poder trazê-lo à eternidade
E a solidão se fez mais forte
Rasgando as minhas defesas,
Fazendo-se imune à reação do meu espírito.
Hoje
Atravessei a porta da minha consciência
E percebi quão insólito e inescrupuloso
É o amor que sinto por você.

Amélia Rodrigues

Por ti.

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