A grande ilusão



Onde estão as bases de uma república genuína, com instituições livres? Temos apenas uma classe governante e uma governada. Onde estão os cidadãos, sem os quais a administração de uma cidade é uma impossibilidade? Temos apenas funcionários. Devido ao governo de tiranos, demasiado lento, existe demasiado desacordo, perde-se demasiado tempo com burlas, estes senhores escravizaram-se a si mesmos. Os cidadãos preferiram ver-se a si mesmos cair vítimas daqueles que elegeram, sem direitos legais, ilusoriamente iguais a todos.

Comentários

Maria disse…
Surpreendente condição a da nossa vida! Viver é sentir-se fatalmente forçado a exercitar a liberdade, a decidir o que vamos ser neste mundo. Nem num só instante se deixa descansar a nossa actividade de decisão. Inclusivé quando desesperados nos abandonamos ao que queira vir, decidimos não decidir. É, pois, falso dizer que na vida «decidem as circunstâncias». Pelo contrário: as circunstâncias são o dilema, sempre novo, ante o qual temos de nos decidir. Mas quem decide é o nosso carácter.

Ortega y Gasset

Talvez por sermos ainda aprendizes não sabemos exercer a liberdade, a cidadania. E assim, aos poucos, vamos delegando, aos poucos, o que pertence exclusivamente a cada um de nós.

Abraço-te,
Unknown disse…
Perdem o tempo ao dizer-me o que fazer para ser um cidadão exemplar (leia-se alguém que vote neles). No entanto, se vierem a mim pois sua liberdade está ligada à minha (e à tua), aí falamos e trabalhamos juntos. O exercício da liberdade é uma aprendizagem constante, não?

Abraço-te, livre.
Maria disse…
Sim, a liberdade é um exercício constante e proporcional às circunstâncias, possibilidades e decisões.

Com a liberdade enlaçada, abraço-te.
io disse…
A liberdade deveria ser um dado adquirido. Inato. Nasceria connosco. Mas não é. É sempre um caminho a percorrer e, infelizmente, somos bastas vezes prisoneiros. Do outro, da cegueira do outro, do egoísmo do outro, da maldade do outro tantas vezes camuflada de bem. Há que lutar para ver claro e, vendo claro, lograr-se ser livre. Escrevo isto e sinto o quão difícil é sermos bestialmente livres.

(desculpem se tergiversei, mas sinto o antimatter como um imenso espaço de liberdade. Uma liberdade que anseio para vocês os 2. beijo solidário. abraço apertadinho)
Unknown disse…
Bemvinda ao Antimatter, io!
É um grande prazer ter-te por aqui, nada de desculpas, por favor.

A liberdade é o ingrediente secreto da felicidade (bem, não assim tão secreto). A coragem, o segredo da liberdade.

Beijo,
Anónimo disse…
Ainda mais coragem...
Não vaciles - a Liberdade tem de ser servida, haja o que houver;
Que importa que falhe uma vez, ou duas vezes, ou muitas vezes,
Ou seja ferida pela indiferença...

Aquilo em que nós cremos aguarda latente,
A ninguém convida, não promete nada, repousa em calma e claridade, é teimoso e tranquilo, não conhece o desânimo,
Esperando com paciência, esperando a sua hora.

A Liberdade, ao ir-se embora, não é o primeiro, nem o segundo, nem o terceiro a partir,
Espera por todos os outros, é a última.

Coragem, pois...
Mesmo que tudo cesse, não cesses tu.

W. Whitman

Abraço-te,
io disse…
Obrigada pelas deliciosas boas vindas com link para o A&OD e tudo! Que surpresa tão boa, meu querido Damien!

Sabes, Damien amigo, acredito piamente que não há felicidade e amor sem liberdade, mas que esta se constrói medindo e sopesando a liberdade do outro. Tenho pois para comigo que tens uma tarefa hercúlea mas que acredito que a vais vencer e que passará por lograr fazer entender isso mesmo a quem por ora não tem possibilidade de o entender. Se calhar leva algum tempo, se calhar teremos de ser pacientes, mas pronto, solidariamente contigo, certos de que almejarás a tua liberdade e com ela o vosso amor.
Unknown disse…
, sem dúvida, que o meu amor se constrói e aumenta a cada dia que passa por quem (e em quem me) reencontrei, por ti (a maria); da mesma forma que a minha felicidade se reforça com pessoas como a io, pessoas que surgem e ficam, como se nunca de aqui tivessem saído. Sim, aqui.

Abraço-vos (a sorrir, orgulhoso da minha sorte),
Maria disse…
...
Oh como se ama de amor
esse amor que aprende a amar!

Contigo.

...-te, tudo.

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