Ouves?



O Inverno respira ar frio – a beleza de morrer quieto – . Poderia surgir a visão de florestas pintadas, acompanhando a mudança na luz. A morte pode não ser tristeza para a folha de rebordo alaranjado.

Símbolo dos meus dias fugazes, verdejantes, frágeis e breves: a folha dourada. A ainda mais bela idade. Ouves a brisa errante, o sussurrar da primavera?

Comentários

Maria disse…
A vida nunca foi só inverno,
nunca foi só bruma e desamparo.
Se bem que chova ainda, não te importes: pousa a
tua mão devagar sobre o teu peito e ouve o clamor
da tempestade que faz ruir os muros: explode no
teu coração um amor-perfeito, será doce o seu
pólen na corola de um beijo, não tenhas medo,
hão-de pedir-to quando chegar a primavera.

[Maria do Rosário Pedreira]

E hoje e depois e a seguir...
Contigo,
Unknown disse…
Nem sempre
a vida acolhe ou alimenta
os nomes do passado, o seu abismo
repetido num sonho, na mais lenta
assombração, no mais íntimo sismo

Do que chamamos alma. Não existo
sem essa febre mansa que relembro
enquanto as nuvens cobrem tudo isto
com o frio escuro de um dezembro

Longe de mim, de ti, de qualquer lei
ou juízo a que dêmos um sentido:
o que finjo saber é o que não sei
e as palavras colam-se ao ouvido.

[F.P.do Amaral]

Perto de ti, em ti, hoje e depois e a seguir.

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