Desafio



Pergunto-te, como sabe o bolbo hibernado quando acordar? Preso à terra gélida, à humidade nocturna, como sabe ele que chegou o momento de empurrar a sujidade que o envolve e tornar-se flor a 30 de Junho?

Desafio-te, pega num bolbo e despe-lhe a sua casca brilhante como papel de cobre, como uma cebola camadas sobre camadas, e mostra-me onde guarda ele o relógio ou o microchip que lhe diz quando começar. Estaria escrito na semente de Setembro?

Desafio-te, arranca-me a espiral de AND, os ventrículos que bombeam, a massa dentro da minha cabeça, e mostra-me onde guardo o sentir por ti, o amor com duração de existência.

Comentários

Maria disse…
E agora quero-te novamente,
quero a tua absoluta atenção,
a tua roupa interior despida numa pressa
pendurada ainda num dos pés
e mais nada na minha cabeça
a não ser estar dentro
do único lugar
que não
tem dentro
nem fora.

[L. Cohen]

Eis.
Assim também e tudo muito.
Contigo,
Unknown disse…
Eu pronuncio o teu nome
nas noites escuras,
quando vêm os astros
beber na lua
e dormem nas ramagens
das frondes ocultas.
E eu sinto-me oco
de paixão e de música.
Louco relógio que canta
mortas horas antigas.

[Garcia Lorca]

O teu nome em mim,

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