Aceita



Aceita, tu és o meu santuário. A minha missão tem sido meditar sobre ti. Tu és o livro, a biblioteca onde procuro, apesar de quase cego. Por ti, o meu molde, eu definharia não podendo viver o nosso dia. Vivemos todo o espaço para nós reservado — prometemos regressar, e dispersar a cobertura de cinza.

O corpo deste mundo — como o teu, a minha pequena palavra. Os nossos corpos aspiram o fogo: e elevamo-nos e vemo-nos com mais nitidez na clama região onde nenhuma noite nos pode esconder um do outro.

Comentários

Maria disse…
Uma rapariga ri à entrada do dia
É uma pluma incendiada...
A música exibe seus braços nus
Suas espáduas nuas seu pensamento nu
No calor afia-se o jubiloso momento
água terra e sol são um único corpo

Música despenhada
E ardemos e não deixamos rasto...

[O.Paz]

Aceita a nossa chama dupla da vida.
Contigo,
Unknown disse…
Beijei uma boca vermelha e a minha boca tingiu-se,
levei um lenço à boca e o lenço fez-se vermelho.
Fui lavá-lo na ribeira e a água tornou-se rubra,
e a fímbria do mar, e o meio do mar,
e vermelhas se volveram as asas da águia
que desceu para beber,
e metade do sol e a lua inteira se tornaram vermelhas.

[H.Helder]

Aceito, tudo.

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