Como alguém que bem conheço
Foto: Jorge Marques |
Durante os últimos cinco anos a sua
vida não tem seguido qualquer rumo fixo. Indo de nada a nada, sem dono nem destino,
sem refugio nem bússola. À deriva. Empenhado na inútil fuga de si mesmo, em
busca de um lugar onde cair vivo. Bebendo álcool e fumando charros e enchendo copos e beijando lábios e lendo livros e
escrevendo textos, em geral bastante maus, há que reconhecê-lo. Digamos que
queria ser uma espécie de Kerouak. Experimentou quase todas as drogas disponíveis.
Uma vida em perpétuo movimento, a travessia
contínua da cidade, saídas a horas intempestivas, encontros em lugares
inesperados, perseguições, enganos, traições, vinganças, caras novas, gente
nova, camelos, caramelos, charros, idas e voltas, nenhum lugar seguro, nenhum dia
igual ao outro.
Comentários
"Longas manhãs te esperei, perdi a conta.
Ainda bem que esperei longas manhãs
e lhes perdi a conta, pois é como se
no dia em que eu abrir a porta
do teu amor tudo seja novo,
um homem uma mulher juntos pelas formosas
inexplicáveis circunstâncias da vida."
Fernando Assis Pacheco
Beijo-te,
chama-me com tua voz.
Irá parecer-me que entra
a tremer a luz do sol."
[Juan Ramón Jiménez]
Beijo-te,