Apaixonadamente, a fúria
Lá estão outra vez os meus desejos a gritar-me. Sem medo, transformam-se, reconstroem-me, atravessam-me a coluna em arrepio de febre. São os desejos, os que me levam na chuva que golpeia o telhado, apaixonadamente enfurecidos.
Comentários
devagar sobre o peito da terra e sente respirar
no seu seio os nomes das coisas que ali estão a
crescer...
como uma rede
de veias na confusão de um corpo.
A vida nunca
foi só Inverno, nunca foi só bruma e desamparo.
Se bem que chova ainda, não te importes: pousa a
tua mão devagar sobre o teu peito e ouve o clamor
da tempestade que faz ruir os muros: explode no
teu coração um amor-perfeito, será doce o seu
pólen na corola de um beijo, não tenhas medo,
hão-de pedir-to quando chegar a primavera.
[Maria R.Pedreira]
Apaixonadamente,
Que vem das serras ao mar,
Erguendo incêndios, não queima
O que não é de queimar.
(Edmundo de Bettencourt)
Apaixonadamente,
ao de leve aquilo que deve ser preservado
[Al Berto]
Nas tuas mãos,