Anoitecido II
Noites de sono incerto e de solidão nua do corpo, desorientado. Aquelas noites sem luzes, eu esperava-te. Chegavas, por vezes. Olhavas para mim com olhos cheios de água salgada. Olhos que sorriam ao passar pelos meus e acariciavas-me a curva das minhas costas.
Juntos, absortos. Escutando de vez em vez o bater do coração do outro. Eu sorria. E, no meio do esquecimento refrescante, no melhor do sonho conseguido, surgia denso, alucinante, o respirar. Despenhando-se, atropelando os ecos, pequenas explosões, cada vez mais próximas.
Então eu, de impulso incontrolável, ardente, todo o meu corpo no teu, carne exacerbada, um ilusório escudo indestrutível. Assim, unidas as bocas, diluídos em espanto e delícia, esperávamos...
Comentários
Olha esses olhos grandes,
Vê o que significas para mim.
Quero que saibas o que penso
Não quero que adivinhes mais.
Não tens ideia de onde venho
Não temos ideia de para onde vamos…
Presos na vida, como ramos num rio…
Descendo com a corrente, presos pela corrente.
Eu levo-Te, Tu a mim…
Podia ser assim…
in, Before Sunrise
Hoje 'amanheci', outra vez, mais uma vez...
Contigo,
quero lamber a liberdade.
Já esfacelei minhas lágrimas...
Enquanto o sol
baba sobre mim,
vou varrendo minha sombra
com restos de beijos...
A esperança dormiu.
(Agostina Akemi)
Contigo,