Sentir absoluto
O amor é (também) a absoluta necessidade de sentir-se com o outro, de pensar-se com o outro, de deixar de sofrer a insuportável solidão de quem se sabe vivo e condenado. E assim, procuramos no outro um bater de coração ao nosso compasso, capaz de bater no silêncio entre as palavras do nosso, enquanto corremos pela vida ou a vida corre por nós.
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Por isso, as imagens poéticas transformam a pessoa amada em natureza - montanha, água, nuvem, estrela, selva, mar, onda - e, por sua vez, a natureza fala como se fosse mulher. Reconciliação com a totalidade que é o mundo. Também com os três tempos. O amor não é eternidade; tão-pouco é o tempo dos
calendários e dos relógios, o tempo sucessivo. O tempo do amor não é grande nem pequeno: é a percepção instântanea de todos os tempos num único, de todas as vidas num instante.
O. Paz in, A Chama Dupla...
Contigo.
Tudo,
Perpassa sobre o meu corpo
Nu...
Quando os teus dedos longos
Acariciam a minha pele
Envolvendo-me
Num sentimento rico,
Infinito...
Quando os teus músculos
Contraem-se sob mim,
Elevando-me às estrelas,
À lua, ao prazer...
Quando sorvo o teu sêmen
Doce
Entre carícias e afagos...
Sinto que te amo!
(Amélia Rodrigues)
Contigo.
Tudo,