Expostos à luz infinita, pastores do vento. Os montes sustentam-lhes a visão, entre um vazio e outro mais brilhante, música e silêncio. Inquietas levantam-se cabeças de ovelha, e depois continuam.

Comentários

Maria disse…
Estendias-te diante de meus olhos...

Cabias na cova da minha mão.

Toquei, então, o corpo da música
ouvida com a ponta dos dedos.

Juntos,
à sombra...
os nossos corpos estendidos.

Por fim, abriste os olhos.
Vias-te vista por meus olhos,

Dentro de mim subia uma maré...

No teu olhar me enterrei.

Fluem pelas planícies da noite
os nossos corpos: são tempo que finda,
presença num abraço dissipada;
porém, são infinitos, e, ao tocá-los,
banhamo-nos num rio de pulsações,
voltamos ao perpétuo recomeço.

O.Paz in, Regresso

Tudo,
Unknown disse…
Quero escrever-te até encontrar
onde segregas tanto sentimento.
Pensas em mim, teu meio-riso secreto
atravessa mar e montanha,
me sobressalta em arrepios,
o amor sobre o natural.
O corpo é leve como a alma,
os minerais voam como borboletas.
Tudo deste lugar
entre meio-dia e duas horas da tarde.

[Adélia Prado]

Tudo,

Mensagens populares deste blogue

Os realizadores - parte I

Dois