Um autocarro chamado desejo




Passou o Outono, inverno. Por vezes chovia e o vento atirava as gotas de chuva contra as janelas do autocarro, deformando a paisagem urbana. Ele imaginava então que o autocarro era a sua casa. Fazia umas divisões para colocar a cozinha, o quarto deles, a casa de banho. E imaginava uma vida feliz: eles viviam no autocarro, que não parava de dar voltas abraçando a cidade, e a chuva protegia-os dos olhares dos de fora. Não havia natal, nem verãos, nem semanas santas. Chovia todo o tempo e eles viajavam sozinhos. Abraçados.

Comentários

Maria disse…
nada do que existe para ser sentido neste mundo iguala
o poder da tua extrema fragilidade

(eu não sei o que é que há em ti que fecha
e abre; apenas alguma coisa em mim entende
a voz dos teus olhos mais profunda que todas)

ninguém, nem mesmo a chuva, tem tão finas mãos

[e.e.cummings]

Tudo, muito e ainda mais.
Contigo,
Unknown disse…
)when what hugs stopping earth than silent is
more silent than more than much more is or
total sun oceaning than any this
tear jumping from each most least eye of star

and without was if minus and shall be
immeasurable happenless unnow
shuts more than open could that every tree
or than all life more death begins to grow

end's ending then these dolls of joy and grief
these recent memories of future dream
these perhaps who have lost their shadows if
which did not do the losing spectres mime

until out of merely not nothing comes
only one snowflake(and we speak our names

[e.e.cummings]

o teu nome, tu, toda, tudo e muito mais
contigo,

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