Sou em ti



Esta noite, adormeço com o sussurro de lençóis em queda, enredando-me nos aromas da casa. Quero amanhecer no teu corpo, que se transforma, com a transparência da água, a tua pele encharcada de branco. Liberta, és como uma gata, deslocas-te com as sombras.

Agora, cerra-se a humidade do ar. Perdemos o sono, oscilo na esquina do teu corpo. Nascerás para mim?

Comentários

Maria disse…
Não, não é o mesmo com este ou com aquele. E esta é a linha que marca a fronteira entre amor e erotismo. O amor é uma atracção por uma única pessoa: por um corpo e uma alma. O amor é escolha; o erotismo, aceitação. Sem erotismo – sem forma visível que entra pelos sentidos – não há amor, mas o amor atravessa o corpo e busca a alma no corpo e, na alma, o corpo. A pessoa inteira.

No amor tudo é Dois e tudo tende a ser Um.

E amamos com o corpo e com a alma. Em corpo e alma.

Somos seres incompletos e o desejo amoroso é uma perpétua sede de «competude». Sem o outro ou a outra não serei eu mesmo.

O. Paz in, A Chama Dupla

Sou eu mesma, Contigo.
Tudo,
Unknown disse…
Na tua boca sob a minha, ao meio,
Nossas línguas se busquem, desvairadas...
E que os meus flancos nus vibrem no enleio
Das tuas pernas ágeis e delgadas.

E em duas bocas uma língua..., - unidos,
Nós trocaremos beijos e gemidos,
Sentindo o nosso sangue misturar-se.

Depois... - abre os teus olhos, minha amada!
Enterra-os bem nos meus; não digas nada...
Deixa a Vida exprimir-se sem disfarce!

[José Régio]

Sou eu mesmo, Contigo.
E tudo mais,

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