De amor IV
Vivemos, vivo no teu ventre que mordo e beijo, nos teus músculos doces e vivos, na tua carne sem fim. Vivo do meu corpo e do teu corpo, da nossa vida, vivemos. A todas as horas, dentro de mim, quero dizer, chamo-te, chamam-te os que nascem, os que chegam, de ti, os que a ti chegam. Vivemos e nada fazemos senão viver mais, hora após hora, e escrevemos e falamos e vivemos.
Comentários
reanimai-me com maçãs
que desfaleço de amor
A tua mão esquerda sob a minha cabeça
A tua mão direita nos meus seios
Sela-me o coração
com a tua mão
porque o amor é forte como a morte
e inextinguível o seu fogo
As muitas águas não poderão apagá-lo
nem submergi-lo os rios...
*
Eu ofereço-te o amor
a terna intimidade
o riso e essa suave conversa
que prolonga o acto da carne...
E tudo...
Contigo,
deixas viver sobre a pele uma criança de lume
e na fria lava da noite ensinas ao corpo
a paciência o amor o abandono das palavras
o silêncio
e a difícil arte da melancolia
[Al Berto]
O amor...
Contigo,