Meio-dia



Sobre o granito retorcido, parado, intenso e infinito no seu amplo silêncio, o meio-dia. Árvores que, sem o movimento dos ventos, se elevam ao sol que as espreita.

Comentários

Maria disse…
A montanha desloca-se sobre o coração que se alumia: a língua
alumia-se

A idade que escrevo
escreve-se
num braço fincado em ti, uma veia
dentro
da tua árvore.

As mãos carregam a força
desde a raiz
dos braços a força
manobra os dedos ao escrever da idade, uma labareda
fechada, a límpida
ferida que me atravessa desde essa tua leveza
sombria como uma dança até
ao poder com que te toco.
...
E eu escrevo-te

Toda

A luz salta às golfadas.
A terra é alta.

E como estrelas
duplas
consanguíneas, luzimos de um para o outro.

[Herberto Helder]

Todas as tardes, um cardume de tardes, contigo.
Tudo,
Unknown disse…
Não posso adiar o amor para outro século
não posso
ainda que o grito sufoque na garganta
ainda que o ódio estale e crepite e arda
sob as montanhas cinzentas
e montanhas cinzentas

Não posso adiar este braço
que é uma arma de dois gumes amor e ódio

Não posso adiar
ainda que a noite pese séculos sobre as costas
e a aurora indecisa demore
não posso adiar para outro século a minha vida
nem o meu amor
nem o meu grito de libertação

Não posso adiar o coração.

[António Ramos Rosa]

Não pude.
Todos os dias, noites, lugares, alturas, contigo.

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