Não pares
Não fiques parado à beira do caminho, não congeles a alegria, não queiras sem querer, não te salves agora nem nunca. Não te salves. Não te enchas de calma, não reserves do mundo só um recanto tranquilo, não adormeças sem sono, não penses sem sangue, não te julgues sem tempo.
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É, pois, natural que se procure os alçapões e as fendas por onde deslizar até às profundezas do indivíduo. Um desses alçapões é o amor.
Amar é qualquer coisa de mais grave e significativo do que o entusiasmo pelas linhas de um rosto e a cor de uma face; é decidirmo-nos por um certo tipo de ser humano que é simbolicamente anunciado nos pormenores do rosto, da voz e dos gestos.
O amor é uma escolha profunda.
[Ortega y Gasset]
Não pares...
Tudo,
cortando o mar,cortando o ar.
Num leito
há todo o espaço para amar!
Na nossa carne estamos
sem destino,sem medo,sem pudor,
e trocamos -somos um? somos dois?-
espírito e calor!
[Alexandre O'Neill]
Não, não paro...
É a nossa escolha.