Não sei como dizer-te que minha voz te procura e a atenção começa a florir, quando sucede a noite esplêndida e vasta. Não sei o que dizer, quando longamente teus pulsos se enchem de um brilho precioso e estremeces como um pensamento chegado.
Aquele que diga a primeira palavra deixará cair o primeiro vaso, aquele que golpeie o seu assombro com violência verá aparecer o fogo nos seus cabelos, aquele que ria em voz alta será o primeiro a guardar silêncio, aquele que desperte antes de tempo surpreenderá o seu corpo entre as árvores; e o mar, como algo interrompido, volta a ouvir-se ao longe e na sua respiração escutamos outra vez o ruído daquela porta que bate empurrada pelo vento.
Chega a hora maravilhosa, quando a natureza desperta do sonho e um novo mundo quebra a face terrestre. As estrelas empalidecem no céu sombrio e sobre as montanhas rastejam as névoas de um mundo em vigília. Pássaros inquietos nas copas das árvores estremecem as suas asas. O amanhecer chega rápido. Dispersam-se agora as névoas da face montanhosa e morrem em azul celeste; passa a madrugada, apresenta-se aqui o dia.
Comentários
da boca do meu coração,
dentro da harpa dos meus pulsos,
nas minhas orelhas e pescoço.
Diz o meu nome. Di-lo.
Do modo que é suposto dizê-lo.
[S.Cisneros]
Tudo e tudo mais.
Contigo,
[H.Helder]
Tudo e ainda mais.
Contigo