De Tróia
Agradeço os momentos em que o mar nos viu juntos. No tacto de carícias irrequietas entre os dois, no estremecer do teu peito, na camisa aberta ao vento. E os finais de tardes sossegadas, quando o crepúsculo nos devolvía a casa como hóspedes de liberdade.
Comentários
Cujo nome não posso ouvir sem um calafrio;
Alguém por quem me esqueço desta existência mesquinha,
Por quem o dia e a noite são para mim o que queira,
E o meu corpo e espírito flutuam no seu corpo e espírito
Como troncos de árvore perdidos que o mar submerge ou levanta
Livremente, com a liberdade do amor,
A única liberdade que me exalta,
A única liberdade por que morro.
Tu justificas a minha existência:
Se não te conheço, não vivi;
Se morro sem te conhecer, não morro, porque não vivi.
[L.Cernuda]
Contigo.
Tudo,
Que nenhum deus se lembre do teu nome
Que nem o vento passe onde tu passas.
Para ti criarei um dia puro
Livre como o vento e repetido
Como o florir das ondas ordenadas.
[S.M.Breyner]
Em ti me liberto.
Tudo,