Um artísta português III
O seu sofa permaneceu vazio encostado à parede, aquela face triste perdeu-se na manhã. O seu pulsar aumentava, fixou o olhar ansioso. "Por um vislumbre antes da lágrima, pudesse eu apertar a mais fria nuvem contra o peito!"
Passaram algumas semanas; à distância, uma ténue linha de azul pálido que o olhar havia percorrido dia após dia. Levantaram-no então do sofá – o artista tinha voado.
Comentários
Doutor, filósofo decerto em hora incerta, e artista...
És tão feliz, de olho fechado, absorto...
Saberás que te escrevo de além-terra
ou de um sítio divino sobre as nuvens;
era no tempo em que os animais falavam
mas não era verdade o que diziam.
Sou tão mais belo assim, de corpo em fogo...
[A. Franco Alexandre]
És.
Tudo,
Acordo e sinto. Acordo e acredito, tenho o teu nome em mim, fresco, doce.
És.
Tudo,