Fluxo e mutabilidade


Gerhard Richter

Algo que mudou a maré, que subiu, subiu e afastou-se. Um nível sombrio, triste e cinzento. As rochas escondidas, a costa traiçoeira e íngreme acima do mar. Descanso para o virar da maré. Ondulo na areia. Não temo a vastidão aquática, conheço os perigos da costa. Deixo agora as cristas de espuma e o fluxo, sorrio sereno ao aparecer das profundezas.

Comentários

Maria disse…
Se o homem pudesse dizer o que ama,
Se o homem pudesse levar o seu amor pelo céu
Como uma nuvem na luz;
Se como muros que se derrubam,
Para saudar a verdade erguida no meio,
Pudesse derrubar o seu corpo para deixar só a verdade do amor,
A verdade de si mesmo;
Que não se chama glória, fortuna ou ambição,
Mas sim amor ou desejo,
Eu seria aquele que imaginava;
Aquele que com a língua, os seus olhos e as suas mãos
Proclama perante os homens a verdade ignorada,
A verdade do seu amor verdadeiro.

[Luis Cernuda]

Amo-te.
Unknown disse…
É urgente o amor.
É urgente um barco no mar.

É urgente destruir certas palavras,
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,
muitas espadas.

É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.

Cai o silêncio nos ombros e a luz
impura, até doer.
É urgente o amor, é urgente
permanecer.

[Eugénio de Andrade]

Muito.

Mensagens populares deste blogue

Os realizadores - parte I

Dois