Nada é mais nosso
Nunca é o mesmo crepúsculo púrpura; nunca é o mesmo dia quente de verão. A tua vida deve sabê-lo. Nunca mais as mesmas ilusões que chegam sozinhas à juventude; nunca por acaso belos ideais de amor e verdade.
Nunca o mesmo momento transcendente para elevar com palavras amáveis ou actos generosos, ou o sorriso, o coração do mortal agitado pelo sentir. Nunca o mesmo inspirado empenho com o qual nos completamos; nunca a mesma grande viagem a que chamamos vida.
Nunca o mesmo extâse de amar o humano: aproveito por tudo isto o presente contigo, com todos os seus (nossos) irrepetíveis momentos – nada é mais nosso.
Comentários
é isso: amá-lo até tudo acabar.
[J.C.Bloem]
Tua,
o amor bate na aorta,
fui abrir e me constipei.
Cardíaco e melancólico,
o amor ronca na horta
entre pés de laranjeira
entre uvas meio verdes
e desejos já maduros.
[C.D.de Andrade]
Corações constipados...
Teu,