Da velocidade



Desde que ficou sob a vontade terrena chamei-a minha, entreguei-lhe a vida, a quem amei. Registo neste livro cada parcela de raridade.

Tão perto do solo, a sua sombra desenhada nas cortinas. Não adormece, ultrapassa o seu destino: a idade do corpo que inunda o quarto, o meu sentir preenchido, o nosso leito. Fica aí: não falharei o encontro e não chegarei atrasado, já estou a caminho, sigo á velocidade que o desejo alimenta.

Comentários

Maria disse…
A poesia nasce e faz-se aqui neste fazer-se poesia

aqui onde a poesia toma as proporções da mensagem do dia
a esta luz mediterrânica

este sol
esté céu

aqui a poesia se transforma no todo da natureza
e restitui ao convívio aquilo que ele não dá

A poesia assim maravilhosamente constituída
vem dar novas forças
faz do homem o ser absoluto por natureza

[A. Botto]

E eu contigo.
Assim mesmo, tudo.
Unknown disse…
Ao longo da muralha que habitamos
Há palavras de vida há palavras de morte
Há palavras imensas,que esperam por nós
E outras frágeis,que deixaram de esperar
Há palavras acesas como barcos
E há palavras homens,palavras que guardam
O seu segredo e a sua posição

[M.Cesariny]

Entre nós, as palavras.
Assim mesmo, tudo.

Mensagens populares deste blogue

Um incêndio

Sentido de despertar