Azul



Vestida de azul, vestido de algodão, sentas-te à beira do sofá enquanto eu me sento no chão, de frente para ti. Faço os teus pés deslizar, afastando-se um do outro uns poucos centimetros, e com o meu indicador direito sigo as veias azul-pulsante do teu pé direito.

O meu dedo atravessa do teu tornozelo para o tendão de Aquiles e inicia a sua viagem ascendente em torno do joelho até ao interior da coxa, pendes sobre mim, de unhas iminentes.

Comentários

Maria disse…
Tudo se faz em silêncio. Como
a luz se faz dentro dos olhos.

O amor une os corpos.
Em silêncio vão-se enchendo um ao outro.

Qualquer dia acordam sobre braços;
pensam então que sabem tudo.

Vêem-se nus e sabem tudo.

[J.Sabines]

Assim mesmo, contigo.
Tudo e ainda mais,
Unknown disse…
Quando eu estiver com as raízes
chama-me com tua voz.
Irá parecer-me que entra
a tremer a luz do sol.

[Juan Ramón Jiménez]

Sempre contigo,

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