A carta I



O envelope amarelado encontrado debaixo de tábuas soltas, chamou-me. Apanhei-o, soprei o pó, li o nome.

As minhas mãos tremiam enquanto tirava a carta dobrada, abri-a lentamente, uma mecha de cabelo caiu no chão. Um pedaço da história de alguém prestes a ser revelado, escrito numa única folha datada Junho 20, 1971. "Querida Maria," começava. "Sento-me nu perante a minha máquina de escrever, à procura de palavras e de chaves para colocar no papel."

Comentários

Maria disse…
"escrever-me-ás, como eu agora te escrevo; mas o que dizemos já não tem nem precisa de resposta. Sem ti, sabes como fico, como não sei viver, mesmo para as mínimas coisas, que todas vêm de ti, são por ti ou para ti. Saudades, sinto-as outra vez, e não são já iguais às que sentia dantes: tu me faltas, és uma parte de mim..."

Jorge e Mécia de Sena in, Isto Tudo Que Nos Rodeia - cartas de amor

Amo-te também assim.
Tudo,
Unknown disse…
Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca,
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.

[Alexandre O'Neill]

E há palavras que guardo apenas para ti.

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