Sol
Carne viva, vermelho sangue. O teu fixar não-me-esqueças, olhos enlaçados que atravessam uma sala lotada, flutuando entre fumo pegajoso. Fugaz momento de seres reflectidos, embalsamados na escuridão encontram-se as bocas, os lábios vagueam sobrancelhas, o seu queixo, o canto da boca. Silenciados pela narcoléptica canção, as palavras derrentem-se em suor; redundantes, os beijos falam a sua língua.
Comentários
E queimavas-me a boca, pura
colher de ouro tragada
viva. Brilhava-te a língua.
Eu brilhava."
[Herbero Helder]
Assim, contigo.
Tudo,
é que a loucura acode,
desce à garganta,
invade a água.
[Eugénio de Andrade]
Assim, entre nós.
Tudo,