O regresso do homem-montra
Ausente dela, ainda permanece; Não lhe perguntem, quando regressas? O tolo que vagueia a desejar todo o dia, toda a noite a lamentar. Tenta voar a partir dos seus braços, que a sua fantática mente consiga provar os tormentos da falsa partida.
Cansado de um mundo miserável, aposenta-se do peito onde flui a verdade. De novo errante, cai daquele céu sobre alguém desventurado; infiel aos outros, falso sem o querer saber, imperdoado por si mesmo – E lá vai perdendo pedaços de vida.
Comentários
C. Baudelaire.
E seria tão fácil chegar 'lá' se o 'homem montra' não fosse prisioneiro do seu 'eu'...
Beijo-te,
Cheiinho, a abarrotar, de cartas memoriais,
Bilhetinhos de amor, recibos, madrigais,
Mais segredos não tem do que eu na mente abrigo.
Meu cerebro faz lembrar descomunal jazigo;
Nem a vala comum encerra tanto morto!
[C. Baudelaire]
O homem-montra vive em auto-clausura.
Beijo-te,