O regresso do homem-montra



Ausente dela, ainda permanece; Não lhe perguntem, quando regressas? O tolo que vagueia a desejar todo o dia, toda a noite a lamentar. Tenta voar a partir dos seus braços, que a sua fantática mente consiga provar os tormentos da falsa partida.

Cansado de um mundo miserável, aposenta-se do peito onde flui a verdade. De novo errante, cai daquele céu sobre alguém desventurado; infiel aos outros, falso sem o querer saber, imperdoado por si mesmo – E lá vai perdendo pedaços de vida.

Comentários

Maria disse…
«(...) todas estas coisas pensam através de mim, ou eu através delas (pois na grandeza do sonho, o 'eu' perde-se depressa!);»

C. Baudelaire.

E seria tão fácil chegar 'lá' se o 'homem montra' não fosse prisioneiro do seu 'eu'...

Beijo-te,
Unknown disse…
Um grande contador, um prodigioso armário,
Cheiinho, a abarrotar, de cartas memoriais,
Bilhetinhos de amor, recibos, madrigais,
Mais segredos não tem do que eu na mente abrigo.
Meu cerebro faz lembrar descomunal jazigo;
Nem a vala comum encerra tanto morto!

[C. Baudelaire]

O homem-montra vive em auto-clausura.
Beijo-te,

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