A anos de negligência
Olhou para ela. Ele percebeu. Ela adormeceu.
Ela acordou e viu-o ali com a caixa de ferramentas ao seu lado. Ele estava a um milhão de quilómetros de distância, do outro lado do oceano, e no entanto parecia ainda estar ali ao lado dela. Ela espreitava as mãos que traziam de volta a maravilha, que faziam desaparecer todos os anos de negligência.
Comentários
Quem era quem? Eu estava nela e Ela em redor de mim.
Ele:
Quem no mundo pode afirmar que alguma esteve unido assim a um outro Ser humano? Eu Sou Uno.
Nessa noite eu aprendi o que era o espanto. Ela levou-me a casa. E encontrei-me em casa.
Era uma vez... e portanto Será!
Terei vivido dentro dela. Somente o espanto sobre Nós, o espanto sobre o Homem e a Mulher que fez de mim um Ser humano.
Eu Sei Agora Aquilo que nenhum Anjo sabe.
in, As Asas Do Desejo
Assim mesmo, contigo.
Beijo-te,
E por vezes os meses oceanos
E por vezes os braços que apertamos
nunca mais são os mesmos E por vezes
encontramos de nós em poucos meses
o que a noite nos fez em muitos anos
E por vezes fingimos que lembramos
E por vezes lembramos que por vezes
ao tomarmos o gosto aos oceanos
só o sarro das noites não dos meses
lá no fundo dos copos encontramos
E por vezes sorrimos ou choramos
E por vezes por vezes ah por vezes
num segundo se envolam tantos anos.
[David Mourão-Ferreira]
Contigo,