O suicida II
Onde correu um rio na sua força de inverno, entre uma vastidão de pedras com o musgo posto pela idade. No alto, sob um carvalho envelhecido que parecia curvar-se em absoluta solidão, um ser de pé como parte da tempestade que uivava em torno dele num tom familiar.
O seu rosto pálido como um busto monumental, na escuridão oca do seu olhar deliciado com o furacão, parecia orgulhoso pelo seu desespero; a loucura conduzia um qualquer demónio no seu cérebro entorpecido, quando um relampago saltou entre nuvens esfarrapadas.
Gritou na negra solidão nocturna, ecoou um selvagem "adeus!" a alguém que ainda estava condenado a amar.
Comentários
Se eu soubesse escrever, escreveria um livro sobre as maiores alegrias e tristezas do homem."
Bohumil Hrabal in, Uma solidão ruidosa
Beijo-te,
que brilha
a pele molhada,
a difícil floração da língua.
[Eugénio de Andrade]
Beijo-te,