O que sonhas?


O que sonhas, adormecido por tanto tempo? Com a cara encostada na relva nos teus primeiros tempos? Onde ouvias o som de mil pássaros ao entardecer dos dias? Conta-me o teu sonho, enquanto dormes tão quieto. Entre folhas reviradas ao amanhecer e flores que se curvam, à procura de uma palavra nos olhos de um amigo?

Comentários

Maria disse…
Com que palavras ou que lábios
é possível estar assim tão perto do fogo,
e tão perto de cada dia, das horas tumultiosas e das serenas,
tão sem peso por cima do pensamento?

Manuel António Pina

Assim, contigo.
Beijo-te,
Unknown disse…
Uma camisa suada, sapatos pisados, cabelo desalinhado. Uma face sobre um balcão, lábios. Ela desaparece. Ela é quase como ele, quase como nós. Errantes, à margem, à beira decidimos não seguir, mudamos sem saber para onde. Queremos medir-nos e não conseguimos.
Luís Freitas disse…
Estou pasmado, sem exageros.
Não me refiro apenas a esta publicação mas a todas as outras que acabei de ler. Que escrita de qualidade a sua, o seu blogue foi um feliz achado para mim. Muitos parabéns e continue com essa alma.
Unknown disse…
Muito obrigado, Luís. Estou agora numa pausa criativa, pois a minha actividade profissional a isso me obriga, mas regressarão em breve as palavras ao Antimatter.

É sempre um prazer enorme saber que aquilo que escrevo é apreciado pelos outros. Vaidade? Sim, claro.

Até breve,

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