Vaga lume II


A mais vulgar das ervas em alguma fenda escondida tem nos seus estreitos limites a mesma força que controla a maior das árvores e as aumenta, ano após ano, folha, galho, ramo, até à sombra em que os animais se guardam em dias de Verão. Ergue-se aqui uma árvore em miniatura, erguendo pequenos ramos em direcção ao céu, expondo-se ao sol matinal, surgindo fruta e sementes que crescem sobre a decadência de outra.

Tira apenas a luz, perdem-se o conforto e os amigos no labirinto de uma noite sem estrelas.

Comentários

Maria disse…
O sol é subterrâneo, aquele a que eu
me quero hoje estender é o do meu espírito, é preciso
cavar bem fundo até o fazer surgir.

Luís Miguel Nava


É.
E beijo-te,
Unknown disse…
"É isto, amor: o ganho não previsto,
o prêmio subterrâneo e coruscante,
leitura de relâmpago cifrado,
que, decifrado, nada mais existe

valendo a pena e o preço terrestre,
salvo o minuto de ouro no relógio
minúsculo, vibrando no crepúsculo."

[C.D. de Andrade]

Beijo-te,

Mensagens populares deste blogue

Os realizadores - parte I

Dois