Vaga lume
Tira apenas a luz deixando tudo o resto, animais e árvores, paisagem, casas habitadas, metais preciosos e riquezas acumuladas; o que fica? O escárnio de uma noite cega, existir enquanto morto, tropeçar nos caminhos de um labirinto sem esperança, sedento com nascentes à distância de um toque, a morrer de fome em campos de milho.
Comentários
Nem me digas quem és, quem foste, como sabes
a língua que se fala sobre a terra.
Ao lume lanço
toda a vontade de viver, ser vivo,
a cautela do ar, ardendo em torno.
Passarei, terás passado em mim, só quero
dizer-te: não morras nunca, agora, nunca mais."
António Franco Alexandre
Não morras nunca, agora, nunca mais.
Beijo-te e abraço-te, muito.
a margem recortada, aonde vivem
ausentes e seguros, os luminosos
animais do inverno;
assim são na verdade os muros claros;
assim respira o tempo, a terra intensa."
[António Franco Alexandre]
Farei os possíveis para não morrer.
Beijo-te e abraço-te,