Velhas glórias


Não há criaturas de pés que não sejam humanas; não há pesadelos com sombras embalsamadas e sons incomunicáveis, arrependimentos divinos ou erros sacramentais; nada pintado a medo nas paredes, nada entre as árvores; ninguém a dançar músicas ateadas, nevoeiros quebrados. Ele avança, assalta o beijo...

Não, nada disto se passou em tempo ou espaço real, nada para além do pensamento; a vida desviou-se, o nome ficou por apontar e o amor transformou-se em velha glória.

Comentários

Maria disse…
"Por fim, talvez precisemos compreender que no curso do nosso caminho, colectivo e pessoal, as crises «nos acontecem para que seja evitado o pior». E o que é o pior? [Christiane] Singer escreve: «O pior é ter tido a infelicidade de atravess
ar a vida sem naufrágios, é ter ficado apenas à superfície das coisas, ter dançado um baile de sombras, ter ficado a chapinhar no pântano do "diz que diz", das aparências» e nunca ter habitado uma vida que lhe pertencesse."

José Tolentino Mendonça

Beijo-te,
Unknown disse…
"Não posso adiar o amor para outro século
não posso
ainda que o grito sufoque na garganta
ainda que o ódio estale e crepite e arda
sob as montanhas cinzentas
e montanhas cinzentas"

[António Ramos Rosa]

Beijo-te,

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