Há um limite



Deveria tê-la beijado enquanto ela se resguardava, mas continuou centrado em si mesmo: ele, um falso nobre, um idiota com decisões sóbrias.

Ela deveria, com um adeus e sem um bom dia para futuras anedotas ou narrativas datadas, tê-lo confrontado com todo o seu entulho que, no lugar da honestidade, constituía o seu carácter.

Comentários

Maria disse…
"Tenho um espinho cravado no coração, um espinho que não pára de me causar dor, enquanto me entrego ao trabalho diário, e que me parece nem sequer me dar tréguas quando durmo. Mal desperto, de manhã, vejo que o céu perdeu o fulgor. Que se passa? Que aconteceu?

O meu espírito tornou-se tão sensitivo que até a minha vida passada, que se me apresentara sob o disfarce da felicidade, parece arrancar-me o coração, com a sua falsidade. A vergonha e a mágoa que se aproximam cada vez mais vão perdendo o ar secreto, velado, e perdem-no principalmente porque tentam ocultar o rosto. O meu coração é todo olhos. Tenho de ver as coisas que não deveriam ser vistas, as coisas que não quero ver." Rabindranath Tagore

Beijo-te,
Unknown disse…
"Vim para aqui repousar,
Mas esqueci-me de me deixar lá em casa.
Trouxe comigo o espinho essencial de ser consciente,
A vaga náusea, a doença incerta, de me sentir."

[Álvaro de Campos]

Nós não somos assim.
Beijo-te, Maria

Mensagens populares deste blogue

Os realizadores - parte I

Dois