A propósito de liberdade
A liberdade é quase impossível. Está por detrás da cela, da vedação electrificada e das vozes. Uma liberdade deserta, um campo que se move, ainda mais longe, provocando-me a coragem, tirando-me o medo que se aloja aqui. Não vejo porque o tenho que remover, apenas para o substituir por outro diferente. E no entanto, o campo é tão tentador. Seria louco se ficasse aqui.
Preciso de calma, preciso desses olhos que penetram este muro de impossibilidades.
Tudo aquilo que eu não sou, tudo aquilo que nunca vi, empurro-me firmemente contra a restrição farpada; o sangue flui destas feridas abertas, morrer para ser libertado. A dor não é nada, penso para mim mesmo, enquanto vejo o meu sangue espalhar-se no chão. O campo – tudo o que preciso.
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os limites da liberdade
Zbigniew Herbert
Beijo-te,
Beijo-te,