Do lago à eternidade

Bernardo Martins | Irlanda
Sempre adorei esta colina, e o que a vista me impede de ver, além do seu horizonte. Olhando espaços intermináveis de ali ao distante, silêncios e uma profunda quietude, eu estou com os meus pensamentos. Escuto sussurros de vento, meço a minha voz no silêncio: sob o eterno, as estações mortas, o presente real e o som de todos eles.

Afoga-se o pensamento na imensidão, e o naufragar é doce no lago.

Comentários

Maria disse…
Atirávamos pedras
à água para o silêncio vir à tona.
O mundo, que os sentidos tonificam,
surgia-nos então todo enterrado
na nossa própria carne, envolto
por vezes em ferozes transparências
que as pedras acirravam
sem outro intuito além do de extraírem
às águas o silêncio que as unia.

Luís Miguel Nava

Mais uma maravilha, quero dizer, duas maravilhas. A imagem e as palavras que a acompanham.

Beijo-te,
Unknown disse…
Suavemente, os troncos cedem e vão-se estendendo sobre a erva; inunda-se o amanhecer. Pesam menos as sombras, erguem-se os corpos.

Beijo-te,

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