Mensagens

Pessoal e transmissível

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Bernardo Martins | Irlanda, 2015 As árvores dizem o teu nome quando o vento pergunta, a chuva repete-o quando o céu se debruça. Sinto o teu respirar nos meus lábios, os teus breves movimentos, cores que se podem ouvir. Os meus lábios encontram o teu sorriso mesmo naquele momento. Vejo mais do que posso ver mas nunca o suficiente. Uma mensagem, esta imagem.

Do lago à eternidade

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Bernardo Martins | Irlanda Sempre adorei esta colina, e o que a vista me impede de ver, além do seu horizonte. Olhando espaços intermináveis de ali ao distante, silêncios e uma profunda quietude, eu estou com os meus pensamentos. Escuto sussurros de vento, meço a minha voz no silêncio: sob o eterno, as estações mortas, o presente real e o som de todos eles. Afoga-se o pensamento na imensidão, e o naufragar é doce no lago.

A estrada

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"the road to sligo" | bernardo martins Porque a estrada era íngreme e por uma terra escura e solitária, colocaram-me uma lanterna nas mãos. Por quilómetros em quilómetros cansados da noite que se alongavam no meu caminho, a minha lanterna de luz serena, um dia inesgotável. Uma luz dourada, uma luz como vinho.

A propósito de liberdade

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A possibilidade de mudança tão distante, a raiva tão perto, a lutar para ser liberto. As vozes tão altas, deixam-me os sentidos a esgravatar por um silêncio solitário; ainda mais só do que as vozes altas. Gritos de ódio dentro de um enorme círculo, aprisionado por arame farpado. A liberdade é quase impossível. Está por detrás da cela, da vedação electrificada e das vozes. Uma liberdade deserta, um campo que se move, ainda mais longe, provocando-me a coragem, tirando-me o medo que se aloja aqui. Não vejo porque o tenho que remover, apenas para o substituir por outro diferente. E no entanto, o campo é tão tentador. Seria louco se ficasse aqui. Preciso de calma, preciso desses olhos que penetram este muro de impossibilidades. Tudo aquilo que eu não sou, tudo aquilo que nunca vi, empurro-me firmemente contra a restrição farpada; o sangue flui destas feridas abertas, morrer para ser libertado. A dor não é nada, penso para mim mesmo, enquanto vejo o meu sangue espalhar-se no chão. ...

Uma mensagem, esta imagem.

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L. Gato, 2014 As árvores dizem o teu nome quando o vento pergunta, a chuva repete-o quando o céu se debruça. Sinto o teu respirar nos meus lábios, os teus breves movimentos, cores que se podem ouvir. Os meus lábios encontram o teu sorriso mesmo naquele momento. Vejo mais do que posso ver mas nunca o suficiente. Uma mensagem, esta imagem.

Até que alguém apareceu

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Bernardo Martins, 2014 No fundo do mar cumprem-se lentas cerimónias presididas pela quietude das matérias que a terra enviou há muito para o esquecimento das profundezas. Floresce em gestos desmaiados o despertar das medusas. Como se a vida inaugurasse o novo rosto da terra.

Os amigos, os seus jantares e as conversas deles

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Um amigo é alguém que conhece o teu batimento cardíaco. Os amigos desembrulham em nós qualidades potenciais. Uma pessoa sem amigos corre o risco de nunca se chegar a conhecer. Cada amigo é um espelho que nos refracta num ângulo distinto. Cada amigo cria em nós uma zona de contacto.