Loucura é não amar



Aos vinte, ficou louco de amor, e aos trinta, um homem de idade madura, continuava apaixonado e capaz de sublimes loucuras. Um homem que ama pela primeira vez deveria ser cauteloso (deveria?). Apaixonou-se de forma violenta. Até à data, tinha perdido muitas ilusões sobre mulheres; tinha visto um amigo arruinar-se num matrimónio absurdo; conhecia o prazer da liberdade, sem se cansar dela; intuía riscos onde a juventude apenas percebe o êxtase, o homem maduro era apenas uma feliz libertação da solidão. Em vez de procurar, ele era procurado; era egoísta e restrito. Todas estas coisas combinadas acalmavam-lhe a paixão. O seu amor era um afecto adormecido, uma carícia sóbria, de olhos abertos, cuidadoso, demasiado orgulhoso para parecer angustiado.

Comentários

Maria disse…
Tens apenas metade da nossa felicidade.
A tua idade pede moderação, e como tens por dever
Aquecer o mundo, tal se cumpre em nos aquecendo.
Brilha aqui para Nós e estarás em todo o lado,
Esta cama é o teu centro, estas paredes a tua esfera.

J. Donne

Tudo.
Unknown disse…
Tu és o meu centro, essas paredes o nosso mundo.

Tudo.
Anónimo disse…
Os naufrágios são belos
sentimo-nos vivos entre as ilhas, sabes?
e temos saudade desse Mar
que derruba primeiro o nosso corpo
tudo o que seremos depois

«Pago-te um café se me contares
o teu amor»

J.T.Mendonça in, A Que Distância Deixaste o Coração

Abraço-te, como sempre.

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