Avenida de Madrid
Sol; o céu de primavera é de luz e pequenas nuvens brancas. A avenida curva-se sobre uma mulher de pele dourada... o vento brinca com o seu casaco verde lima. Há carícias nesta manhã luminosa; na carne perfumada.
Um cenário com árvores, com aromas perfeitos, com a doçura das línguas!
Comentários
nesta parede, cresceram árvores, o campo
tornou-se verde, e um rio avançou
por entre margens frescas, onde
me sentei contigo.
Nas casas à beira do lago, pode
pensar-se que o tempo não passa. A água reflecte
o céu parado do verão, e um grasnar
de aves ecoa até à outra margem, como se
o mundo não existisse para além das árvores
e das casas.
Nas casas à beira do lago, contam-se
os dias que faltam para que a água se encrespe,
com o vento do outono, e não se abrem as portas
para que as sombras não fujam para os campos,
deixando sem sombra
quem vive nas casas à beira do lago.
e
quando a manhã futura
entrar na tua vida, e as tuas mãos
tocarem o murmúrio transparente
da primavera, jorrando como água
dos lábios que se aproximam
dos teus, e os acordam
para o amor.
[N.Júdice]
A mulher inclina-se...
Contigo,
por dentro, crescia por fora
ante o espanto e a espera.
e os meus olhos cresciam,
assustados cresciam
e dentro deles um sonho,
mundos
outros.
O meu corpo eternizava
o crepúsculo da Primavera
os cheiros as cores
Maio nos sentidos perpetuado.
[Angela Santos]
Crescemos, juntos, em mundos reais.
E ainda mais,