Que o homem é a mais nobre das criaturas, pode inferir-se de nenhuma outra ter contestado tal afirmação.
Solar
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A minha pátria está nos teus olhos, o meu dever nos teus lábios. Pede-me o que quiseres menos que te abandone. Naufraguei nas tuas praias, estendido na tua areia; sou feliz, teu. Sou deste sol que és, solar em ti.
Pede-me a inteireza do meu ser, uma consciência mais funda do que a minha inteligência, uma fidelidade mais pura do que aquela que eu consigo controlar.
Pede-me uma intransigência sem lacuna.
Pede-me que arranque da minha vida que se quebra, gasta, corrompe e dilui uma túnica sem costura.
Pede-me que viva atenta como uma antena, pede-me que viva sempre, que nunca me esqueça.
Pede-me uma obstinação sem tréguas, densa e compacta.
...uma vida concreta: ângulo da janela, ressonância das ruas, das cidades e dos quartos, sombra dos muros, aparição dos rostos, silêncio, distância e brilho das estrelas, respiração da noite, perfume...
Se duvidas que teu corpo Possa estremecer comigo – E sentir O mesmo amplexo carnal, – desnuda-o inteiramente, Deixa-o cair nos meus braços, E não me fales, Não digas seja o que for, Porque o silêncio das almas Dá mais liberdade às coisas do amor.
Se o que vês no meu olhar Ainda é pouco Para te dar a certeza Deste desejo sentido, Pede-me a vida, Leva-me tudo que eu tenha – Se tanto for necessário Para ser compreendido.
Lisboa, 2015 (Fernando M.) Os comboios, como se parecem com a vida! Faltavam duas horas. Duas horas mais tarde, à chegada, saberíamos a sorte que nos esperava a todos. Duas horas.
Desde pequenos estavam marcados pelo amor. Por detrás da sua aparência quotidiana guardavam a ternura e o sol de meia-noite. As mães encontravam-nos a chorar por um pássaro morto. Estes seres viveram no mundo dos realizadores de sonhos, atacados ferozmente pelos portadores de profecias de catástrofes. Chamaram-lhes iludidos, românticos, pensadores de utopias. Os realizadores de sonhos faziam amor todas as noites. Desta forma recomeçou o mundo a sua vida.
F.J. Torgal Dois silêncios em separado que, reunidos, encontram a voz; dois olhares que juntos sorriem, agora perdidos como estrelas por detrás de árvores sombrias; duas mãos distantes em que toque se anseia; dois peitos de mútua chama, feitos o mesmo; dois, o mesmo mar.
Comentários
a inteireza do meu ser, uma consciência mais funda do que a minha inteligência, uma fidelidade mais pura do que aquela que eu consigo controlar.
Pede-me
uma intransigência sem lacuna.
Pede-me
que arranque da minha vida que se quebra, gasta, corrompe e dilui uma túnica sem costura.
Pede-me
que viva atenta como uma antena, pede-me que viva sempre, que nunca me esqueça.
Pede-me
uma obstinação sem tréguas, densa e compacta.
...uma vida concreta: ângulo da janela, ressonância das ruas, das cidades e dos quartos, sombra dos muros, aparição dos rostos, silêncio, distância e brilho das estrelas, respiração da noite, perfume...
[Sophia M.B.A.]
És.
E Contigo, Tudo.
Possa estremecer comigo –
E sentir
O mesmo amplexo carnal,
– desnuda-o inteiramente,
Deixa-o cair nos meus braços,
E não me fales,
Não digas seja o que for,
Porque o silêncio das almas
Dá mais liberdade
às coisas do amor.
Se o que vês no meu olhar
Ainda é pouco
Para te dar a certeza
Deste desejo sentido,
Pede-me a vida,
Leva-me tudo que eu tenha –
Se tanto for necessário
Para ser compreendido.
[António Botto]
Somos.
Tudo,