O beijo



O primeiro beijo, ela apenas beijou os dedos desta mão com que escrevo; e desde então, tornou-se mais limpo e branco. Lento nos cumprimentos globais, rápido na sua “lista” de que falam os anjos caídos. Um anel cujo uso não se necessita. O segundo beijo ultrapassou em altura o primeiro, pediu a face, e quase falhou, caindo metade sobre o cabelo.

O terceiro curvou-se sobre os lábios num perfeito tom cereja; desde então, o prazer ao poder afirmar “minha vida.”

Comentários

Maria disse…
Deitados nus, na cama, lado a lado, ela, com a cabeça pousada no meu peito,... com os dedos no cabelo dela, lhe afogava as palavras contra a minha pele, em beijos que subiam até à boca...

[Jorge de Sena]

E os outros beijos todos.
Assim, tão tudo, sabes...
Contigo,
Unknown disse…
Sob o chuveiro amar, sabão e beijos,
ou na banheira amar, de água vestidos,
amor escorregante, foge, prende-se,
torna a fugir, água nos olhos, bocas,
dança, navegação, mergulho, chuva,
essa espuma nos ventres, a brancura
triangular do sexo -- é água, esperma,
é amor se esvaindo, ou nos tornamos fontes?

[C.D.de Andrade]

Assim, tão tudo, sinto.
Contigo,

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