Que o homem é a mais nobre das criaturas, pode inferir-se de nenhuma outra ter contestado tal afirmação.
São as flores escolha do Inverno?
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São as flores escolha do Inverno?
Ela parecia ouvir a minha voz sussurrada. Nunca tinha visto uma face assim e fiquei quieto a espreitá-la. O meu sentir tinha deixado a sua morada e nunca mais regressaria sozinho.
eu pensei mas conheço-a tão bem vivemos juntos há tanto tempo
conheço a sua cabeça de pássaro os seus braços brancos e o seu ventre
até que um dia num fim de tarde de inverno sentou-se à minha frente a à luz do candeeiro por detrás de nós vi uma orelha rosada
uma cómica pétala de pele uma concha com sangue vivo por dentro
não disse nada então - teria sido bom escrever um poema acerca duma orelha rosada mas não as pessoas diriam que assunto foi ele escolher está a tentar ser excêntrico
pelo que ninguém sorriria pelo que eles compreenderiam que eu proclamo um mistério
não disse nada mas nessa noite quando estávamos juntos na cama delicadamente provei o gosto exótico de uma orelha rosada
Lisboa, 2015 (Fernando M.) Os comboios, como se parecem com a vida! Faltavam duas horas. Duas horas mais tarde, à chegada, saberíamos a sorte que nos esperava a todos. Duas horas.
Desde pequenos estavam marcados pelo amor. Por detrás da sua aparência quotidiana guardavam a ternura e o sol de meia-noite. As mães encontravam-nos a chorar por um pássaro morto. Estes seres viveram no mundo dos realizadores de sonhos, atacados ferozmente pelos portadores de profecias de catástrofes. Chamaram-lhes iludidos, românticos, pensadores de utopias. Os realizadores de sonhos faziam amor todas as noites. Desta forma recomeçou o mundo a sua vida.
F.J. Torgal Dois silêncios em separado que, reunidos, encontram a voz; dois olhares que juntos sorriem, agora perdidos como estrelas por detrás de árvores sombrias; duas mãos distantes em que toque se anseia; dois peitos de mútua chama, feitos o mesmo; dois, o mesmo mar.
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mas conheço-a tão bem
vivemos juntos há tanto tempo
conheço
a sua cabeça de pássaro
os seus braços brancos
e o seu ventre
até que um dia
num fim de tarde de inverno
sentou-se à minha frente
a à luz do candeeiro
por detrás de nós
vi uma orelha rosada
uma cómica pétala de pele
uma concha com sangue vivo
por dentro
não disse nada então -
teria sido bom escrever
um poema acerca duma orelha rosada
mas não as pessoas diriam
que assunto foi ele escolher
está a tentar ser excêntrico
pelo que ninguém sorriria
pelo que eles compreenderiam que eu proclamo
um mistério
não disse nada
mas nessa noite quando estávamos juntos na cama
delicadamente provei
o gosto exótico
de uma orelha rosada
[Z. Herbert]
Assim..., tudo muito.
Contigo,
da tua língua, o sal de teus mamilos,
e o da cintura se encurvando de ancas.
A todo o sal conheço que é só teu,
ou é de mim em ti, ou é de ti em mim,
um cristalino pó de amantes enlaçados.
[Jorge de Sena]
Conheço-me em ti.