Ali mesmo



Ali, de olhos voltados para o que sente, ela lê sobre segredos escritos no ar, enquanto a noite descobre o céu latejante às suas trémulas profundezas e medita em silêncio sobre o seu património.

Explode a nossa parcela de primavera! Marcamos a vida, aprofundamos – assistimos à vida desde o amanhecer, estendemo-nos – e apanhamos as palavras prateadas que vêm quebrar o silêncio pendurado em nosso redor.

Ela silaba algumas palavras do seu próprio livro, a minha natureza chove.

Comentários

Maria disse…
Sê com todo o meu corpo todo o universo e a vida,
Arde com todo o meu ser todos os lumes e luzes

Álvaro de Campos

Exactamente assim e aqui mesmo.
Beijo-te,
Unknown disse…
"O corpo não espera. Não. Por nós
ou pelo amor. Este pousar de mãos,
tão reticente e que interroga a sós
a tépida secura acetinada,
a que palpita por adivinhada
em solitários movimentos vãos;
este pousar em que não estamos nós,
mas uma sêde, uma memória, tudo
o que sabemos de tocar desnudo
o corpo que não espera; este pousar
que não conhece, nada vê, nem nada
ousa temer no seu temor agudo..."

[Jorge de Sena]

Beijo-te,

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