O que escrevo II


Ela não foi. A passagem de cada dia vazio trouxe-a mais perto. Aquelas coisas que eram parte de ambos, que planeavam juntos, pedaços dela que ficavam e o dilaceravam com a precisão de um gume afiado.

O tempo encerra a sua cura – mas os anos que passam não conseguem apagar o que foi escrito no interior do corpo.

Comentários

Maria disse…
«Eu, como qualquer outro poeta imagino, vivo materialmente o que escrevo. Quer dizer, não há nenhuma emoção ou pensamento nos meus poemas que eu não tenha realmente sentido ou pensado.»

António Franco Alexandre

Beijo-te,
Unknown disse…
«Não fora o gesto humano de querer-te
como quem, tendo sede, vê na água
o reflexo da mão que a oferece,
seria folha de árvore ou sério gnomo
absorto no silêncio de uma rima
onde a morte cessasse para sempre.»

António Franco Alexandre

Beijo-te,

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