Que o homem é a mais nobre das criaturas, pode inferir-se de nenhuma outra ter contestado tal afirmação.
Fala o vento
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O vento falou toda a manhã uma língua extraordinária. Fui hoje com ele. Estremeci as árvores. Fiz espuma no rio. Levantei areia. Entrei pelas finas rendinhas. Tu sorrias para mim.
Lisboa, 2015 (Fernando M.) Os comboios, como se parecem com a vida! Faltavam duas horas. Duas horas mais tarde, à chegada, saberíamos a sorte que nos esperava a todos. Duas horas.
Desde pequenos estavam marcados pelo amor. Por detrás da sua aparência quotidiana guardavam a ternura e o sol de meia-noite. As mães encontravam-nos a chorar por um pássaro morto. Estes seres viveram no mundo dos realizadores de sonhos, atacados ferozmente pelos portadores de profecias de catástrofes. Chamaram-lhes iludidos, românticos, pensadores de utopias. Os realizadores de sonhos faziam amor todas as noites. Desta forma recomeçou o mundo a sua vida.
F.J. Torgal Dois silêncios em separado que, reunidos, encontram a voz; dois olhares que juntos sorriem, agora perdidos como estrelas por detrás de árvores sombrias; duas mãos distantes em que toque se anseia; dois peitos de mútua chama, feitos o mesmo; dois, o mesmo mar.
Comentários
tu surges a sorrir, deus desejante,
com a brisa matinal, a ver-me despertar;
e a sorrir eu desperto também
para este sonho em vigília que me chama.
esta certeza que me ocupa agora
o meu dia com minha noite,
a minha noite com meu dia.
e agora, transformado o sonho em acto,
que dinamismo me levanta
e me obriga a crer que isto que faço
é o que posso, devo, desejo fazer;
este trabalho tão saboroso de falar de ti,
de falar de mim de todas as maneiras, na forma
que me restou de todas, para ti!
[J.R.Jímenez]
Tu, assim.
Tua,
que disfarce
de ti aquilo que vejo
Em torno um mar
tão revolto
no cume o cimo do tempo
E os lençóis desalinhados
como se fosse
de vento
[M.T. Horta]
De ti, assim.