A Promessa



"Não me esqueças" suspirava triste, e então despediu-se; considerando que ele se iria desanamorar de boa vontade. Quando é que a beleza cobra dívidas sobre o que se sente? Desde quando é que é preciso avisar, "Não te esqueças"?

Comentários

Maria disse…
«Vivo já fora de mim»... Viver fora de si, por estar mais além de si mesmo. Viver disposto ao voo, pronto para qualquer partida. É o futuro inimaginável, o inalcançável futuro dessa promessa de vida verdadeira que o amor insinua em quem o sente. O futuro que inspira; que recolherá todos os sonhos e esperanças, donde brota a criação, o não previsto. É a liberdade sem arbitrariedades. O que atrai o devir da história que corre à sua procura o que não conhecemos e nos chama a conhecer. O fogo sem fim que crepita no segredo de toda a vida. O que unifica com o voo do seu transcender a vida e a morte, como simples momentos de um amor que renasce constantemente de si mesmo... que flui a toda a hora.

[Maria Zambrano]

'Assim é este amor que tudo compreende e tudo pode...'
Contigo,
Unknown disse…
Está no pensamento como ideia;
[E] o vivo e puro amor de que sou feito,
Como matéria simples busca a forma.

[Luís de Camões]

Assim mesmo, a coisa amada.
Tudo

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